6 de janeiro de 2009

O Macroscópio

Depois das Memórias Póstumas de Brás Cubas, d'O Galo de Ouro e da Rayuella fiquei numa fadiga que nem me conto. Vou contar. Vai-me faltando a imprescindível disponibilidade para o aborrecimento que uma série destas reclama (o tal ennui é maravilhoso, nos tempos certos). Tinha guardado quase metade das Origens do Totalitarismo, no caso de ter que dar de beber ao cínico. Há fases assim. Doses de realidade macroscópica precisam-se. Os mundos de dentro são poços sem fundo e um gajo às vezes tem direito às vertigens. Numa janela da ISS é que se deve estar bem.