22 de novembro de 2008

E que revolução é essa que tu dizes ser a última? Não há última revolução. As revoluções são infinitas em número. A última revolução é coisa de crianças. O infinito assusta as crianças e é necessário que elas de noite tenham um sono descansado.

Zamiatine | Nós (1921)

Porque numa batalha era preciso ter ambos os pés firmemente implantados na terra. O Partido ensinava como o fazer. O infinito era uma quantidade politicamente suspeita, o 'Eu' uma qualidade suspeita. O Partido não reconhecia a sua existência. A definição do indivíduo era: uma multidão de um milhão dividida por um milhão.

Koestler | Darkness at Noon (1940)

[IMGs da obra de Juan Muñoz]